Press Release

Os manguezais do Brasil representam bancos de carbono azul inexplorados, afirma novo estudo dos Exploradores da National Geographic

Uma nova pesquisa da National Geographic e da Rolex Perpetual Planet Amazon Expedition (Expedição Perpetual Planet Amazônia da Rolex) sugere que o aumento da proteção dos manguezais do Brasil pode ajudar a cumprir as metas de emissões do país
Curuça, Pará, Brasil: Vista de uma floresta de Rhizophora mangle (também conhecido como Mangue Vermelho) e Avicennia germinans (também conhecido como Mangue Negro) na floresta de Curuça. Crédito da foto: Pablo Albarenga/National Geographic

Washington, D.C. (4 de março) – Lançado hoje na revista científica Nature Communications, um novo estudo intitulado “The inclusion of Amazon mangroves in Brazil’s REDD+ program” (“A inclusão dos manguezais da Amazônia no programa REDD+ do Brasil”) sugere que os manguezais do Brasil possuem um potencial inexplorado de mitigação climática, sequestrando cerca de 468,3 toneladas de carbono por hectare – uma capacidade aproximadamente 3 a 20 vezes maior que a dos biomas de terras altas brasileiros. O estudo, em parte de autoria dos exploradores da National Geographic Angelo Bernardino e Margaret Awuor Owuor, propõe que é essencial que os manguezais do Brasil sejam incluídos nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do país como parte do Acordo de Paris e que possam ser posteriormente utilizados no sistema voluntário de crédito de carbono para financiar a preservação de florestas por meio da iniciativa REDD+.

Santa Cruz, Espírito Santo, Brasil. O explorador da National Geographic Angelo Bernardino (à direita) e a estudante Carla Frechiani de Oliveira. Crédito da foto: Ana Caroline/National Geographic

Proteger esses reservatórios de carbono azul não seria apenas fundamental para ajudar o Brasil a atingir sua meta de redução de 100% de emissões, mas também poderia proporcionar benefícios econômicos adicionais, já que ações para deter a perda de manguezais na Amazônia poderiam potencialmente gerar quase 11,5 ± 0,11 milhões de toneladas em créditos de carbono ao longo de um período de 10 anos (2020-2030) no âmbito do REDD+, o que sugere que são de grande valor para mitigar as emissões do setor florestal e financiar a conservação da biodiversidade.

O Brasil abrange o segundo maior repositório de manguezais do mundo, mas a estratégia nacional do REDD+ no país atualmente não inclui a mitigação do desmatamento de manguezais no contexto de pagamentos baseados em resultados visando à redução de emissões no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). A fim de entender melhor seu impacto potencial e defender esses ecossistemas costeiros cruciais, Bernardino, Awuor Owuor e uma equipe de pesquisadores locais analisaram 900 amostras de solo e medições de árvores de mais de 190 lotes florestais para determinar os níveis de emissão de manguezais em áreas intocadas e desmatadas perto da foz do Rio Amazônia, incluindo Sucuriju, Araguari e Bailique, e a leste incluindo Curuçá, Maracanã e Bragança.

“As atuais metas de redução de emissões do governo brasileiro não enfatizam os benefícios climáticos dos manguezais na Amazônia”, diz Bernardino, principal autor do estudo. “As nossas descobertas sugerem que, ao mitigar a perda de apenas um hectare de manguezais, chegamos a proteger o equivalente de mais de 100 hectares de florestas secundárias de terras altas, em termos de emissões de carbono evitadas. Interromper o desmatamento de manguezais no bioma da Amazônia brasileira evitaria emissões equivalentes àquelas emitidas por mais de 200 mil carros movidos a gasolina todos os anos. Temos uma oportunidade única de abordar essa lacuna para aprimorar os esforços de conservação do Brasil no bioma Amazônia.”

Esta pesquisa é parte da National Geographic and Rolex Perpetual Planet Amazon Expedition (Expedição Perpetual Planet Amazônia da National Geographic e da Rolex), e desenvolve-se a partir do estudo anterior de Bernardino, que identificou uma floresta úmida única que existe no delta do Rio Amazonas, onde extensos manguezais ocorrem em ambientes de maré essencialmente de água doce.

“Pesquisas pioneiras em ecossistemas que sustentam a vida são a base da Expedição Perpetual Planet Amazon”, diz Nicole Alexiev, vice-presidente de programas de ciência e inovação da National Geographic Society. “As descobertas inovadoras deste estudo mostram o papel crítico que os manguezais desempenham como uma solução baseada na natureza para mitigar as mudanças climáticas e a importância de garantir sua proteção.”

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SOBRE EXPEDIÇÕES PERPETUAL PLANET

O programa National Geographic Perpetual Planet Expeditions, uma colaboração de longa data com a Rolex e sua Perpetual Planet Initiative, apoia expedições que visam explorar os ambientes mais críticos do planeta. Ao aproveitar conhecimentos científicos reconhecidos mundialmente e tecnologia de ponta que revelam novas percepções sobre os sistemas que são vitais para a vida na Terra, estas expedições ajudam cientistas, decisores e comunidades locais a planejar e encontrar soluções para lidar com os impactos de mudanças climáticas e ambientais, ao mesmo tempo que iluminam as maravilhas do nosso mundo através de histórias impactantes.

SOBRE A INICIATIVA PERPETUAL PLANET DA ROLEX

Há quase um século, a Rolex tem apoiado exploradores pioneiros que ultrapassam os limites do esforço humano. A empresa passou da defesa da exploração em prol da descoberta para a proteção do planeta, comprometendo-se a longo prazo a apoiar indivíduos e organizações que utilizam a ciência a fim de compreender e conceber soluções para os desafios ambientais atuais.

Este compromisso foi reforçado com o lançamento da iniciativa Perpetual Planet em 2019, que inicialmente se concentrou em indivíduos que contribuem para um mundo melhor através do Rolex Awards for Enterprise, na salvaguarda dos oceanos através de uma parceria com a Mission Blue e na compreensão das alterações climáticas via sua parceria de longa data com a National Geographic Society.

O portfólio da iniciativa continua a se expandir, contando com mais de 20 parceiros, tais como:

Cristina Mittermeier e Paul Nicklen no seu trabalho como fotógrafos de conservação; Coral Gardeners, que transplanta corais resilientes para recifes; as expedições Under The Pole, que ampliam os limites da exploração subaquática; a expedição B.I.G North ao Ártico canadense em 2024, que coleta dados sobre ameaças ao Ártico.

A Rolex também apoia organizações e iniciativas que fomentam as próximas gerações de exploradores, cientistas e conservacionistas por meio de bolsas de estudo e subsídios, como Our World-Underwater Scholarship Society e The Rolex Explorers Club Grants.

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